Advogado é preso por pedofilia e perseguição a adolescente em Passo Fundo

Em uma complexa operação que culminou na última semana, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Passo Fundo efetuou a prisão de Gustavo Witech Fauth, de 32 anos. O bacharel em Direito é acusado de uma série de crimes hediondos contra uma menina que, à época dos fatos, tinha 13 anos.

A trama teve início em 2023, dentro do universo dos jogos online. A adolescente conheceu “Daniel” no Free Fire, um suposto jovem de 18 anos que se apresentava com fotos falsas e voz suave. Contudo, por trás do perfil sedutor, escondia-se Fauth, que na ocasião tinha 30 anos e um preocupante histórico de manipulação.

A mudança no comportamento da jovem levantou suspeitas na família, que, ao investigar, descobriu mensagens perturbadoras em seu celular. Gustavo, sob o pseudônimo, coagia a menina a manter o relacionamento online em segredo, ameaçando suicídio caso fosse bloqueado e proferindo frases como “a família não a amava de verdade”, minando a relação da vítima com seus pais.

Quando a verdade veio à tona e o contato com o agressor foi cortado, Gustavo Witech Fauth não aceitou o rompimento. Utilizando seus conhecimentos jurídicos para dificultar as ações policiais, o homem passou a enviar pacotes para a casa da vítima, contendo itens perturbadores: comprimidos não identificados, suspeitos de serem drogas; lâminas de estilete, incentivando a automutilação; e cartas manuscritas que exigiam vídeos íntimos como “pagamento”. Havia também a tentativa de simular que a vítima era usuária de drogas, cobrando como um traficante pelo material enviado.

Em um dos episódios mais chocantes, Gustavo tentou alugar um imóvel no mesmo prédio da família da vítima. A mãe da adolescente relatou ter se deparado com ele saindo do elevador no hall do prédio, acompanhado de corretores de imóveis. Câmeras de segurança registraram Fauth rondando a escola da jovem e o edifício onde a família residia em diversas ocasiões.

As investigações da DPCA revelaram que Fauth criava identidades falsas para manter o controle sobre a vítima. Além disso, as apurações apontam que ele teria cometido ataques físicos contra a família, visando feri-los. Em um dos incidentes, o carro da mãe da jovem foi riscado. Em outro, lâminas de barbeador foram colocadas nas maçanetas do veículo, com o objetivo de ferir a adolescente ao abrir a porta. A perversidade e o cálculo do agressor eram tamanhos que ele sabia até mesmo onde a jovem costumava se sentar no automóvel.

A prisão de Gustavo Witech Fauth só foi possível após uma investigação minuciosa da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Passo Fundo. As provas coletadas foram irrefutáveis: todas as linhas telefônicas usadas pelos pseudônimos “Nati” e “J.B.” para ameaçar a jovem vinham do mesmo aparelho celular, o de Gustavo. As cartas enviadas para a vítima continham sua letra e DNA. Em sua residência, foram encontrados: drogas, fotos da adolescente e aproximadamente 500 arquivos de pornografia infantil.

Gustavo foi inicialmente preso na terça-feira (24), mas obteve liberdade provisória no dia seguinte, alegando a ausência de antecedentes criminais. Contudo, a persistência do Delegado responsável pelo caso, Mario Pezzi, garantiu uma nova ordem de prisão, e Fauth foi novamente detido na sexta-feira (27).

O bacharel em Direito agora responde pelos crimes de pedofilia, estupro de vulnerável, perseguição, indução ao suicídio, tráfico de drogas e pornografia infantil.

Fonte: Rádio Minuano com informações do Grupo Planalto de Comunicação

Fotos: Grupo Planalto de Comunicação