Antes restrita à Amazônia, febre oropouche se espalha por 18 estados e acende alerta nacional

A febre oropouche, historicamente concentrada na Região Amazônica, tem se espalhado por diversas partes do Brasil em 2025, surpreendendo autoridades de saúde e pesquisadores. Até o momento, o país já registra 11.805 casos confirmados da doença, que agora atinge 18 estados e o Distrito Federal.

O surto representa uma mudança significativa no comportamento do vírus, que é transmitido pelo mosquito Culicoides paraensis — conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora. A presença desse inseto em praticamente todo o território nacional é uma das possíveis explicações para a disseminação da doença.

Com sintomas semelhantes aos da dengue e chikungunya, a febre oropouche provoca febre alta, dores musculares, articulares e de cabeça. Embora a maioria dos casos seja considerada leve, a doença pode evoluir com complicações graves em gestantes, incluindo microcefalia, malformações fetais e até morte intrauterina, quadro semelhante ao do Zika vírus.

O avanço da oropouche levanta preocupações, especialmente porque a população brasileira não possui imunidade prévia ao vírus, tornando-se vulnerável à propagação. Pesquisadores investigam os fatores ambientais, sociais e climáticos que podem estar facilitando a expansão do vírus, enquanto gestores da saúde pública trabalham na elaboração de estratégias de monitoramento, prevenção e controle da doença.