Atleta é vítima de injúria racial e agressão em jogo do Gauchão de Futsal Sub-17

Um grave caso de injúria racial e agressão marcou a partida entre Arsenal, de Não-Me-Toque, e Sercesa, de Carazinho, pelo Gauchão de Futsal Sub-17. O episódio ocorreu na noite desta segunda-feira (14), no Ginásio do Colégio Nossa Senhora da Glória, em Carazinho.

Aos 19 minutos do segundo tempo, um jogador do Arsenal, de 16 anos, foi buscar a bola próxima à linha de fundo quando foi impedido por um torcedor e ofendido com palavras racistas — o adolescente foi chamado de “nego de merda”. Na sequência, ao insistir em pegar a bola, o jovem foi agredido com um chute na região do abdômen.

A partida foi imediatamente paralisada. A direção da Sercesa acionou a Brigada Militar, e o jogo ficou suspenso por mais de uma hora até a confecção do Boletim de Ocorrência. O agressor foi identificado por testemunhas, mas fugiu antes da chegada da polícia.

Com receio de punições por parte da Liga Gaúcha de Futsal (LGF), o Arsenal optou por retornar à quadra e disputar o minuto final da partida, que terminou com vitória da Sercesa por 4 a 2. A Liga ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.

Na redes sociais, a direção do Arsenal publicou uma nota repudiando a atitude do torcedor da Sercesa. Confira abaixo:

“O Arsenal Esporte Clube vem a público manifestar seu total e absoluto repúdio aos atos de violência e injúria racial ocorridos durante o jogo de futsal realizado no Ginásio do Glória, em partida válida pelo Campeonato Estadual da Liga Gaúcha, contra a Agremiação Sercesa, no dia 14/07/2025.

Conforme registrado em Boletim de Ocorrência, a Brigada Militar foi acionada e se deslocou até o ginásio para tomar as devidas providências quanto à identificação do agressor e à garantia da segurança dos presentes.

É inadmissível que, em pleno século XXI, ainda testemunhemos cenas tão lamentáveis que ferem não apenas os valores do esporte, mas também os direitos fundamentais de qualquer ser humano — especialmente de uma criança ou adolescente, que deve ser protegido e respeitado em qualquer ambiente.

Reafirmamos nosso compromisso com a promoção de um esporte seguro, inclusivo e livre de qualquer forma de violência, discriminação ou preconceito. Toda forma de racismo deve ser combatida com firmeza, assim como qualquer tipo de agressão física ou psicológica.

Nos solidarizamos com a vítima e sua família, e exigimos que as autoridades competentes tomem todas as medidas cabíveis para responsabilizar o agressor, garantindo que fatos como este não se repitam.

O esporte é união, respeito e superação – jamais ódio ou violência. Não nos calaremos diante da intolerância”.