Brasil inaugura a maior biofábrica de mosquitos com Wolbachia do mundo para combater a dengue

Curitiba agora abriga a maior biofábrica do mundo dedicada à produção de mosquitos infectados com Wolbachia, uma tecnologia inovadora no combate à dengue e outras arboviroses. A unidade foi inaugurada no último sábado e representa um investimento superior a R$ 82 milhões, fruto de uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Wolbito do Brasil, Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e World Mosquito Program (WMP).

A Wolbachia é uma bactéria que, ao infectar o mosquito Aedes aegypti, bloqueia o desenvolvimento dos vírus da dengue, zika, chikungunya e outras doenças, impedindo sua transmissão para os seres humanos. Até então, os mosquitos eram produzidos em escala menor na biofábrica da Fiocruz no Rio de Janeiro, mas com a nova unidade, a produção semanal chega a 100 milhões de ovos.

Com isso, o programa ampliará a cobertura de pessoas beneficiadas de cerca de 5 milhões para 140 milhões, abrangendo cerca de 40 municípios com os maiores índices dessas doenças nos últimos anos. Essa ação coloca o Brasil como referência mundial no controle biológico das arboviroses, tecnologia que já é utilizada em 14 países.

Atualmente, o Ministério da Saúde, com apoio da Fiocruz, utiliza o método em 16 cidades prioritárias, entre elas Rio de Janeiro, Niterói, Belo Horizonte, Londrina, Natal e Brasília. O uso da Wolbachia no Brasil já ultrapassa uma década e, desde 2023, vem sendo ampliado pelo governo federal com resultados promissores na redução da dengue e outras arboviroses.