Brasil pode usar Terras Raras como trunfo em negociações com os EUA, afirma geólogo

Em meio ao aumento das tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, especialistas apontam que o país pode ter uma carta estratégica na manga: as chamadas Terras Raras. A avaliação é do geólogo Luiz Paulo Fragomeni, que vê nesses minerais críticos uma oportunidade de negociação diante da imposição de tarifas de 50% pelos EUA sobre exportações brasileiras, prevista para entrar em vigor nesta sexta-feira (1º).

As Terras Raras são óxidos compostos por 17 elementos químicos, principalmente da família dos lantanídeos, além do ítrio e do escândio. Utilizados como matéria-prima em tecnologias de ponta, esses minerais são essenciais para a produção de chips, telas, veículos elétricos, sistemas de defesa e até mesmo armamentos. Segundo Fragomeni, são fundamentais para a atual transição energética global, por suas propriedades magnéticas, condutivas e de alta durabilidade.

O geólogo destaca o interesse estratégico dos Estados Unidos nesses elementos, cuja principal fornecedora mundial é a China, responsável por cerca de 70% da produção global. O Brasil aparece como segundo maior produtor, com cerca de 30%, o que, segundo Fragomeni, coloca o país em uma posição privilegiada para negociar com o governo norte-americano.

A discussão ganhou força após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defender, em evento recente, a soberania mineral brasileira e o uso estratégico de seus recursos naturais. A exemplo da China, que já utilizou as Terras Raras como moeda de pressão em disputas tarifárias, o Brasil poderia adotar postura semelhante, buscando contrapartidas que minimizem os impactos das novas barreiras comerciais impostas por Washington.

Fonte: Radio Minuano com informações do Grupo Planalto