Bugio é declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul

O Governo do Estado, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), oficializou na terça-feira (12) o reconhecimento do Bugio como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul. A solenidade ocorreu no Multipalco Eva Sopher, em Porto Alegre, integrando as comemorações do Dia Estadual do Patrimônio Cultural.

Originado nas regiões serranas, especialmente em São Francisco de Assis e São Francisco de Paula, o Bugio é um gênero musical tradicional que mescla elementos da cultura dos tropeiros e de comunidades indígenas guaranis. O ritmo, marcado por compasso característico, utiliza instrumentos como acordeão, violão e o takuapu — chocalho indígena que marca o tempo.

A dança que acompanha o ritmo também foi reconhecida, destacando-se pelos movimentos que remetem ao macaco bugio, com passos ritmados e pulos característicos. O primeiro registro fonográfico do gênero foi “O Casamento da Doralícia”, dos Irmãos Bertussi, lançado em 1956 no LP Coração Gaúcho.

O título de patrimônio cultural imaterial garante maior visibilidade e incentiva ações de preservação, registro e promoção do Bugio. Municípios como São Francisco de Assis e São Francisco de Paula já promovem eventos tradicionais, como a Querência do Bugio e o Ronco do Bugio, fundamentais para a difusão do gênero.

A programação do mês do patrimônio segue até 15 de agosto, quando haverá o badalar simultâneo de sinos e tambores em diversas cidades, seguido de apresentação especial na Casa de Cultura Mario Quintana, com coral de 150 vozes coordenado pela Federação de Coros do RS (Fecors).