Estados Unidos perdem espaço nas exportações do agronegócio gaúcho

As exportações do agronegócio do Rio Grande do Sul registraram alta de 5% em setembro deste ano, alcançando US$ 1,66 bilhão, frente aos US$ 1,5 bilhão do mesmo mês de 2024. Apesar do crescimento em valor, houve queda de 4% no volume embarcado, totalizando 2,3 milhões de toneladas.

O setor segue dominante na economia gaúcha: em setembro, representou 73% do total das exportações do Estado e 90% do volume enviado ao exterior. No acumulado de janeiro a setembro, o agro já movimentou US$ 10,6 bilhões em vendas internacionais.

O relatório divulgado pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul chama a atenção para a forte redução das exportações destinadas aos Estados Unidos. Tradicionalmente entre os três principais destinos do agro gaúcho, o país caiu para a 14ª posição no ranking de compradores. O recuo está diretamente ligado ao “tarifaço” imposto pelo governo do presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros.

Entre os itens mais afetados, a carne bovina teve queda de 70% em valor e 81% em volume. O impacto foi ainda mais drástico nos couros e peles: retração de 97% nas vendas de bovino crust e de 62% no valor dos produtos já preparados. O sebo bovino recuou 54% em valor e 61% em volume. No tabaco, a redução chegou a 94% no faturamento, caindo de US$ 47 milhões para apenas US$ 2,6 milhões — retração de 79% no volume exportado.

Outros segmentos também perderam terreno, como os produtos apícolas, com baixa de 8% em valor e 41% em volume. No grupo florestal, a redução foi de 66% em valor e 58% em volume — incluindo quedas de 69% na celulose e de até 72% nas vendas de madeira.