Feminicídios deixam um órfão a cada quatro dias no Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, a cada quatro dias, uma criança ou adolescente fica órfão em decorrência de feminicídios. Dados do Mapa dos Feminicídios da Polícia Civil, elaborado pela Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher (Dipam), mostram que 58 mulheres foram assassinadas neste ano, deixando 74 órfãos, sendo 42 crianças ou adolescentes. Entre janeiro de 2021 e outubro de 2025, o Estado registrou 421 feminicídios e 660 órfãos.

Dois casos recentes ilustram o drama das famílias. Em Encruzilhada do Sul, uma mulher de 39 anos foi morta em agosto de 2020, deixando quatro filhos. Embora a pensão tenha sido concedida, apenas um dos filhos recebeu o benefício.

Outro caso ocorreu em Cruz Alta, no Noroeste, em 2015. Apesar da recente decisão favorável ao benefício, ainda cabe recurso.

Uma medida federal publicada em 30 de setembro, regulamentando a Lei 14.717/2023, promete agilizar a concessão de pensão a órfãos de feminicídio, garantindo um salário mínimo mensal para menores de 18 anos, com o INSS responsável pelo processamento do benefício.

Apesar da gravidade, setembro apresentou queda de 57% nos feminicídios no Estado em relação ao mesmo mês do ano passado: foram três vítimas, contra sete em 2024, indicando uma redução nos índices de violência.