A Polícia Civil, por intermédio da Delegacia Regional de Soledade, com apoio de delegacias da 5ª DPRI – Cruz Alta, 6ª DPRI – Passo Fundo, 16ª DPRI – Santa Cruz, 26ª DPRI – Ijuí, 28ª DPRI – Carazinho, Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros, desencadeiam mais uma etapa da operação Monopólio, na quinta-feira (17/08). Mandados estão sendo cumpridos em bairros de Soledade e toda grande região. O Helicóptero da Polícia Civil está em Soledade, auxiliando no trabalho. Efetivamente, são 145 Policiais Civis, 80 Policiais Militares e 2 Bombeiros Militares, nas cidades de Soledade, Arvorezinha, Fontoura Xavier e Lagoão, participando da ação.
Na operação, foram cumpridos 32 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de prisão preventiva, bloqueio de contas bancárias, e a indisponibilidade de bens imóveis e veículos que ultrapassam o valor de 10,4 milhões de reais.
As investigações já vem se estendendo por mais de dois anos, tendo sido iniciadas após a deflagração da operação Monopólio, em 2021. O objetivo da ação é combater uma organização criminosa, atuante na região de Soledade, que se utiliza do tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
O modus operandi desta facção é extremamente complexo e elaborado. A lavagem de dinheiro era realizada através de diversas práticas criminosas, dentre elas a utilização de contas de “laranjas” para armazenar e transferir grandes volumes financeiros, envolvimento de terceiros que guardam dinheiro em espécie, utilização de empresas “de fachada” e de empresas “fantasmas”, além de compras reais e simuladas de bens móveis e imóveis.
Dentre as empresas “de fachada”, há vários segmentos: revenda de veículos, barbearia, mercado e boate. Também foram identificadas diversas das empresas “fantasmas”: locadora de veículos, revenda de produtos de limpeza, comércio de produtos esportivos e supermercado. Inclusive, eram negociados cavalos de raça em transações para ocultação de patrimônio.
Os criminosos utilizavam uma técnica denominada “reverse flips”, que consiste em simular a valorização ou lucro a partir de venda de bens móveis ou imóveis. Eram adquiridos imóveis com preços muito abaixo de seu valor de mercado, de usuários de drogas, buscando esconder a origem ilícita do dinheiro no suposto lucro da venda.
A investigação logrou êxito em identificar dois líderes, três operadores que coordenavam o esquema de lavagem de capitais, quatorze integrantes que atuavam como “laranjas” ou em outras atividades relacionadas e, por fim, treze Pessoas Jurídicas atuantes na facção.
Um Advogado era o principal operador financeiro no esquema de lavagem. Ele advogava em favor dos membros da facção, recebendo valores mensalmente por seus honorários. Servidores Públicos também participavam do esquema, como “laranjas”.
Fonte: Uirapuru;
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