Zolgensma tem custo de R$ 6 milhões. Atrofia Muscular Espinhal (AME) é uma doença genética rara que impede produção de proteína fundamental para desenvolvimento de neurônios responsáveis pelos movimentos.
Fim da espera. O “dia Z” chegou para Gabriel Carvalho Zamboni, de 2 anos. Após travar uma batalha judicial para conseguir liberação da verba para o tratamento da Atrofia Muscular Espinhal (AME), o menino, morador de Tapejara, no Norte do Rio Grande do Sul, realizou com sucesso a aplicação do Zolgensma.
O procedimento foi realizado na sexta-feira (22), em um hospital de Curitiba, no Paraná. O medicamento é considerado o mais caro do mundo: custa R$ 6 milhões.
“Estamos muito felizes sabendo agora que o Gabriel vai conseguir se desenvolver. Ele vai ter condições de se tornar uma criança independente. Estamos vivendo um milagre diário”, disse ao g1 a mãe de Gabriel, Cassiana Alvina Carvalho.
De acordo com a mãe, o menino não apresentou “grandes efeito colaterais” após a aplicação da medicação. Na quinta-feira (28), ele fará um exame de sangue. Caso os resultados sejam dentro dos parâmetros normais, a família estará liberada para voltar ao Rio Grande do Sul.
“Não apresentou febre nem náuseas e vômitos, que seriam os efeitos previstos para os primeiros dias”, celebra Cassiana.
O tratamento com o remédio Zolgensma é aplicado uma única vez. Segundo especialistas, é capaz de reverter mais de 90% dos casos da AME, doença genética rara que impede a produção de uma proteína, fundamental para o desenvolvimento neurônios responsáveis pelos movimentos. (saiba mais abaixo)
Após o retorno, será feito um acompanhamento médico por pelo menos dois meses. Gabriel fará hemogramas semanais para verificar se não houve aumento das enzimas no fígado e baixas significativas do número de plaquetas no sangue. Ele tomará, durante o período, duas medicações: uma para amenizar os possíveis efeitos colaterais e outra para o estômago.
“O uso dessa medicação é muito mais complexo que meramente ir no hospital uma horinha e aplicar. Tem toda uma continuidade”, observa a mãe.
Gabriel foi diagnosticado com AME em maio de 2023. O resultado do exame que atestou a doença chegou na segunda-feira seguinte ao Dia das Mães, recorda Cassiana. No mesmo mês, a família protocolou um processo na 2ª Vara da Justiça Federal de Passo Fundo.
“Foram praticamente dez meses entre a entrada do processo e o cumprimento da decisão. Ontem, dia 24 de março, fechou dez meses de processo”, relembra a mãe do menino.
Gabriel completou dois anos na quarta-feira (20). O juiz federal substituto Fabiano Henrique de Oliveira fixou multa por descumprimento de decisão judicial no valor de R$ 50 mil. O medicamento foi aplicado na sexta (22). Pesquisas apontam maior eficácia em pacientes de até 2 anos de idade.
A família realizou o procedimento no Paraná após encontrar uma profissional que é uma das referências nacionais no tratamento de AME e pela falta de agenda dos médicos especialistas em Porto Alegre.
O processo de Gabriel previa também o custeio de despesas médico-hospitalares pela União. Conforme Cassiana, os valores se aproximam de R$ 28 mil. Diante da urgência, a família investiu as economias e pedirá reembolso.
“Nós fomos, durante esses dez meses de processo, nos organizando quanto a isso. A gente foi poupando, não que sobre, porque é um valor bastante significativo, mas deu pra arcar com essas despesas. Vou pedir ao final do processo, confirmando a sentença, reembolso desses valores”, relata.
A Advocacia-Geral da União (AGU) informou ao g1 que “a eventual interposição de recursos será analisada oportunamente, dentro dos prazos judiciais”.
O remédio é uma terapia gênica que devolve ao paciente o gene faltante. Ele foi desenvolvido por um laboratório nos Estados Unidos, é vendido por uma empresa suíça e custa cerca de R$ 6 milhões. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o tratamento em 2020.
Fonte: G1
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