Mortes causadas pelo calor podem dobrar nas próximas duas décadas e afetar principalmente idosos

O número de mortes relacionadas ao calor extremo na América Latina pode mais que dobrar nos próximos 20 anos, segundo um estudo realizado em 326 cidades de nove países, incluindo o Brasil. Atualmente, o calor é responsável por cerca de 1 em cada 100 mortes na região, mas esse índice pode chegar a 2,06% entre 2045 e 2054, mesmo em cenários moderados de aquecimento global, com aumento entre 1ºC e 3ºC.

A pesquisa, conduzida por uma rede de cientistas latino-americanos, aponta que o aumento das temperaturas e o envelhecimento populacional serão os principais fatores de risco. No Brasil, os dados foram analisados a partir do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do DataSUS e do Censo Demográfico do IBGE.

Os especialistas alertam que as mortes representam apenas parte do impacto. O calor extremo aumenta o risco de infartos, insuficiência cardíaca e outras complicações, especialmente entre pessoas com doenças crônicas.

Além do calor, o estudo também aponta que eventos climáticos extremos, tanto de calor quanto de frio, devem provocar um aumento expressivo de mortes em toda a região nas próximas décadas.