Novo ano-agrícola soma R$ 251,2 bilhões em recursos via Plano Safra

O próximo dia 1º de julho marca um “ano-novo” agrícola para o produtor rural. Passa a vigorar, portanto, uma nova remessa de recursos públicos disponíveis por meio do Plano Safra 2021/22. Somando os valores para custeio e para investimentos, o Plano Safra 2021/22 tem à disposição para este ciclo o montante de R$ 251,2 bilhões. O anúncio foi feito nesta tarde de terça-feira, dia 22, em Brasília – transmitido ao vivo pelos canais oficiais do governo federal.

Este montante representa um aumento de R$ 14,9 bilhões (6,3%) em relação ao Plano anterior. O Tesouro Nacional destinou R$ 13 bilhões para a equalização de juros. Os financiamentos poderão ser contratados a partir de 1º de julho de 2021 a 30 de junho de 2022.  Do total, R$ 177,78 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização e R$ 73,4 bilhões serão para investimentos. Os recursos destinados a investimentos tiveram aumento de 29%.

Para os agricultores familiares, houve um acréscimo de 19%. Serão destinados R$ 39,34 bilhões para financiamento pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com juros de 3% e 4,5%. Desse valor, R$ 21,74 bilhões são para custeio e comercialização e R$ R$ 17,6 bilhões para investimentos. 

Entre as novidades do Plano Safra deste ano está o fortalecimento do Pronaf Bioeconomia, com a inclusão de financiamento para Sistemas Agroflorestais, construção de unidades de produção de bioinsumos e biofertilizantes e projetos de turismo rural que agreguem valor a produtos e serviços da sociobiodiversidade. 

Para o médio produtor, no âmbito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), foram disponibilizados R$ 34 bilhões, um aumento de 3% em relação à safra passada. São R$ 29,18 bilhões para custeio e comercialização e R$ 4,88 bilhões para investimento, com juros de até 6,5% ao ano.

Área segurada deve ser ampliada com R$ 1 bilhão disponível para esta temporada

Conforme o anúncio, o seguro rural foi ampliado, mais que dobrando a área segurada e os produtores atendidos. Para 2022, a subvenção ao Prêmio do Seguro Rural será de R$ 1 bilhão. Com esse montante, será possível contratar aproximadamente 158.500 apólices, proteger 10,7 milhões de hectares e um valor total segurado de R$ 55,4 bilhões. 

O Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) terá a inclusão de novos estudos para 12 culturas, além de mudanças estruturais na metodologia com a inclusão de 6 classes de armazenamento hídrico para os solos e de níveis de manejo, bem como a implementação do ZarcPro, o zoneamento de produtividade.

De forma simbólica, em nome de produtores rurais, o presidente da Abramilho, Alysson Paulinelli, avaliou de forma positiva os anúncios. “O Brasil está diferente. Este plano está sendo visto pelos consumidores mundiais e saberão que terão os alimentos deste país para não passa fome. O Brasil é hoje a garantia de segurança alimentar em 2050”, prevê. 

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, reforçou, segundo suas palavras, quem mais precisa de apoio [o agro], para que o Brasil siga na vanguarda mundial quando o assunto é a produção de alimentos. 

Segundo ela, a atenção do Mapa tem sido para pilares como a inclusão produtiva, resolução de questões fundiárias, agricultura sustentável e acesso a mercados.

– O Brasil vai ser protagonista de uma produção cada vez mais sustentável e competitiva. Estamos em um círculo virtuoso nos produtos agrícolas, mas ainda resta muito a fazer. O desafio é garantir o acesso a todos os brasileiros a alimentação. Temos [o Brasil] a responsabilidade de produzir e preservar. Tenho um desafio aos produtores: vamos aproveitar o bom momento, fazer uma grande safra e colher 300 milhões de toneladas no ano de 2022 – disse.

Fonte: Novo Rural