Cinco cavalos de um grupo de 12 cavaleiros da 6ª Região Tradicionalista (6ª RT) foram encontrados mortos na manhã desta quarta-feira (21) em Rosário do Sul. A suspeita é de que os animais tenham ingerido uma planta tóxica conhecida como mio-mio, comum em campos da Fronteira Oeste e do Centro do Estado.
De acordo com o coordenador da 6ª RT, Roberto Ferreira, os tradicionalistas estavam retornando do acendimento da Chama Crioula que aconteceu no último sábado (17) em Alegrete, na Fronteira Oeste, para levar até o Chuí, no sul do Estado. Os cavalarianos pararam para pernoitar em uma estância em Rosário do Sul e, quando acordaram, pela manhã, depararam com os animais já sem vida.
Os outros sete cavalos do grupo foram medicados e estão em monitoramento em Rosário do Sul. Um exame foi feito para identificar a real causa da morte dos animais. O laudo deve sair nos próximos dias.
– O mio-mio não é comum nos nossos campos no sul do Estado e os colegas até fizeram o alerta para que tomássemos cuidado, porque o animal que não é da região não conhece e acaba ingerindo – conta Ferreira.
Para o coordenador da 6ª RT, o que leva a suspeita de os animais terem ingerido a planta são as condições em que foram encontrados.
– A planta causa uma infecção muito forte no organismo do animal, provocando problemas intestinais fora do normal – explica.
?Segundo o veterinário Bernardo Zeilmann, os efeitos da planta aparecem cerca cinco horas após ingerida. A espécie causa lesões em órgãos, como estômago e intestino.
– Os efeitos são tão intensos que o animal pode morrer em menos de 24 horas – afirma.
Ao todo, 50 pessoas, entre cavaleiros e equipe de apoio, divididas entre dois grupos, representaram a 6ª RT no evento em Alegrete. Um grupo está se deslocando até Rio Grande a cavalo e outro estava indo em direção ao Chuí. Devido ao acontecido, os tradicionalistas continuaram a viagem em veículos.
O que é o mio-mio
De acordo com um estudo publicado pelo curso de Biologia da Universidade Federal de Santa Maria, o mio-mio (foto abaixo) é um arbusto encontrado principalmente nas regiões do sul do Brasil próximas às fronteiras com o Uruguai e a Argentina. As substâncias presentes na planta causam necrose e degeneração dos tecidos estomacais e intestinais dos animais.
Fonte: Diário de Santa Maria
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