Houve um ligeiro incremento na semeadura da soja no Rio Grande do Sul, alcançando 3% da área projetada para a Safra 2023/2024, que é de 6.745.112 hectares. As condições ambientais foram mais propícias à operação no Sul e no Leste do Estado. Já no Norte e Oeste, a ocorrência de precipitações manteve os níveis de umidade acima do ideal para a execução da semeadura.
De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado na quarta-feira (01/11) pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), o avanço do plantio em todas regiões ocorreu principalmente nas propriedades que planejam áreas de cultivo mais extensas, demandando mais tempo para sua conclusão. Nas áreas menores, houve prudência, já que as chuvas volumosas previstas podem prejudicar a germinação das sementes, comprometendo o estabelecimento inicial das lavouras.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o plantio progrediu lentamente na Região da Campanha, devido à falta de umidade, enquanto que na Fronteira Oeste, o excesso de chuvas tem limitado a operação. Em Maçambará, o excesso de umidade prejudicou o plantio, que atinge apenas 6% da área prevista. Já em Manoel Viana, o plantio cobre em torno de 10% da área, mas chuvas intensas afetaram algumas lavouras, reduzindo seu potencial produtivo desde a emergência. No entanto, lavouras com boa cobertura de palha e plantio em nível apresentam adequada população de plantas.
Na região de Frederico Westphalen, devido ao excesso de chuvas, que tem impedido a entrada de máquinas nas lavouras, o plantio da soja se intensificará durante a primeira quinzena de novembro. Na de Ijuí, houve um pequeno avanço na semeadura, totalizando 3% da área semeada. Os produtores deram prioridade ao preparo das áreas de plantio, aguardando condições ideais de umidade no solo. Embora a semeadura não esteja atrasada em comparação à safra 2022/2023, há uma defasagem de mais de 15% da área em relação aos anos anteriores. As precipitações intensas têm causado escorrimento superficial da água e o carreamento de solo e de nutrientes.
No milho, a semeadura segue em parte do Estado, alcançando 78% da área projetada. Algumas regiões já concluíram o plantio da safra e complementarão a área estimada de cultivo na safrinha. A cultura continua a demonstrar desenvolvimento satisfatório. No quadrante Noroeste, os dias ensolarados na semana passada (24 a 27/10), apesar de curto período, proporcionaram para a cultura crescimento mais acelerado, expansão de folhas, coloração verde intensa e espessamento dos caules das plantas. Atualmente no RS 13% das lavouras de milho estão em floração e 87% estão em germinação e desenvolvimento vegetativo.
Milho silagem – No período, a semeadura continuou progredindo em um processo escalonado. As plantas apresentam desenvolvimento apropriado. Estão 93% em estágio vegetativo e 7% em fase de floração. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, as condições climáticas foram favoráveis ao desenvolvimento e atualmente 60% das lavouras de milho silagem estão em germinação e desenvolvimento vegetativo e 40% em floração.
Feijão 1ª safra – Segue a semeadura, com índices de implantação bastante variáveis. Em algumas regiões, onde é realizada uma segunda safra, o plantio já foi finalizado ou está próximo de ser concluído. Entretanto, em áreas com apenas um ciclo de cultivo, o plantio está em fase inicial. Das lavouras já estabelecidas, a maioria (87%) encontra-se em desenvolvimento vegetativo; 10% estão em fase de floração; e 3%, no estágio de enchimento de grãos.
Arroz – O período de implantação da cultura continua e a área semeada alcançou 69% da área projetada. As condições climáticas variadas – região Leste do Estado mais seca e Oeste com precipitações recorrentes – influenciaram o progresso do plantio. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, o tempo seco, com dias ensolarados e aumento das temperaturas médias, possibilitou um avanço considerável na semeadura. Até o momento, 88% da área planejada está semeada. Os plantios foram retomados em todos os municípios produtores, o que contribuiu para a recuperação parcial do atraso em relação à safra anterior, que, neste mesmo período, correspondia a 92% das áreas semeadas. A elevação da temperatura do solo resultou em germinação e emergência mais rápidas das sementes. Além disso, proporcionaram condições ideais para o desenvolvimento vegetativo.
CULTURAS DE INVERNO
Trigo – A colheita de trigo avançou consideravelmente, alcançando 58% da área cultivada, estando 40% em maturação e 2% da área em enchimento de grãos. No quadrante Noroeste do Estado, houve uma intensa atividade, concentrada em apenas três dias, aproveitando as condições ambientais favoráveis. Os produtores aceleraram a operação, uma vez que a qualidade dos grãos fica prejudicada pela permanência das lavouras em campo, com a maturação fisiológica já concluída e à espera da redução da umidade. No geral, a produtividade e a qualidade do produto não atendem às expectativas iniciais e continuam a diminuir à medida que a colheita avança.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, o excesso de chuvas em setembro e outubro interferiu, de forma considerável, no desenvolvimento de doenças nas lavouras de trigo, o que provavelmente resultará em redução do rendimento e na queda da qualidade dos grãos. Na Serra, devido às perdas, muitos produtores optaram por destinar as lavouras para silagem de planta inteira, voltada à alimentação dos rebanhos. Na de Ijuí, à medida que a colheita avança, a qualidade do trigo colhido diminui, resultando em um aumento do volume de produtos fora do padrão de qualidade para consumo humano. Além disso, a produtividade das lavouras está diminuindo devido à perda de peso do produto, causada pelo longo período chuvoso. As produtividades das lavouras variam amplamente – de 900 a 2.500 kg/ha –, dependendo do período de semeadura, das variedades e dos níveis de tecnologia adotados. Houve aumento significativo no preço do trigo de qualidade com PH a partir de 78. Entretanto, não houve correção no preço dos produtos que não atendem a esses padrões, o que causou preocupação entre os produtores, já que praticamente nenhum produto com qualidade superior foi colhido na região.
Aveia branca – A colheita aproxima-se da fase final. A qualidade do grão é insatisfatória, e parte das lavouras não serão colhidas ou serão destinadas para alimentação animal. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, 10% da área se encontra em fase de maturação, e 90% já foi colhida. As produtividades estão 39% abaixo das expectativas iniciais. Muitas lavouras que não puderam ser colhidas sofreram acamamento devido às intensas chuvas e ventos, impactando na produtividade e na qualidade dos grãos.
Cevada – A colheita avança para a finalização. A produção obtida nesta safra não alcança o padrão necessário para a maltaria. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, 80% dos cultivos estão colhidos e 20% estão em fase de maturação, aguardando condições climáticas favoráveis. Devido à baixa qualidade dos grãos, a produção está sendo direcionada para a forragem. A produtividade esperada é de cerca de 1.800 kg/ha. O preço atual corresponde a 80% da cotação do milho.
Canola – A colheita se aproxima do fim. Entre os cultivos de inverno, a canola tem demonstrado melhores resultados econômicos nesta safra. Na região de Ijuí, a cultura está na fase final de colheita (87%), e a produtividade das lavouras varia entre 1.000 e 2.100 kg/ha. Observa-se maior número de síliquas no terço superior das plantas. No entanto, essas síliquas estão apresentando falhas na formação dos grãos. Na região de Santa Rosa, os dias ensolarados da semana passada (24 a 27/10) permitiram retomar a colheita, que evoluiu de 90% para 98% no período. Os restantes 2% da área encontram-se na fase de maturação e serão colhidos assim que o tempo permitir a entrada de máquinas na lavoura. As chuvas excessivas desde setembro têm causado significativas perdas na produtividade, que chegam a 15% da média inicialmente esperada. Devido aos danos causados pelo excesso de precipitações na produtividade das áreas de canola, os agricultores estão buscando amparo no Proagro para as lavouras financiadas.
FRUTÍCOLAS
Morango – Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, após longo período de intensas chuvas e de alta umidade, o que causou significativas perdas de frutos, a semana foi de recuperação da cultura do morango. As plantas obtiveram expressiva melhora em sua condição fitossanitária e produtiva. Observaram-se redução considerável da incidência de fitopatias fúngicas, maior floração e amadurecimento de frutos, que apresentam coloração intensa, como esperado para este período, e o sabor está acentuado. Na região de Lajeado, em Bom Princípio, a cultura tem apresentado diversos problemas em decorrência do clima desfavorável. Primeiramente, em razão da ocorrência de ácaro-rajado e, no momento, por causa da predominância de dias chuvosos, de muita umidade e pouco sol, houve muitas perdas por podridão, principalmente nos cultivos de solo. Com isso, a oferta fica abaixo do esperado para a época, e o quilo está sendo comercializado a R$ 20,00.
Foto do extensionista Leandro Filipin Vezzosi, de Manoel Viana;
Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar;
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