A operação Caçador foi deflagrada ao amanhecer desta terça-feira, 26, pela Polícia Civil com o objetivo de combater uma organização de narcotráfico que criou uma empresa fictícia, na área de sonorização de festas, para que os usuários comprassem drogas com o dinheiro do auxílio emergencial. Os valores serão apurados em um segundo momento da investigação. Agentes da 3ª DP de Canoas, sob comando do delegado Rodrigo Caldas, cumpriram nove ordens judiciais, sendo três mandados de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão.
A ação ocorreu nos bairros Guajuviras e Estância Velha, além de Porto Alegre. Três criminosos foram detidos. Houve a mobilização de 34 agentes em 12 viaturas, tendo apoio aéreo do helicóptero e da equipe tática da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil.
As investigações apontaram que os traficantes criaram um sistema de tele entrega para a venda de entorpecentes, sobretudo cocaína, no período da pandemia. Cerca de 100 pedidos eram atendidos por semana. Para atrair a clientela, eles montaram um esquema para possibilitar o pagamento da droga aos usuários a partir da utilização do auxílio emergencial, criado em razão da Covid-19.
Conforme a equipe da 3ª DP de Canoas, os criminosos emitiam boletos com códigos de barra para os usuários pagarem pelas drogas e posteriormente sacavam os valores depositados. Como o saque de valores do auxílio emergencial não é sempre possível e valia somente o pagamento de contas, os investigados constituíram uma empresa de fachada para lançar os falsos boletos, sendo estes enviados aos usuários através do aplicativo WhatsApp.
O delegado Rodrigo Caldas afirmou que “é uma operação que visa especificamente o tráfico de drogas nos municípios de Canoas e Porto Alegre, com a finalidade de repressão a tal tipo de delito”. O titular da 3ª DP de Canoas observou ainda que o agravante foi o fato dos investigados utilizarem “o auxílio emergencial para o pagamento das drogas pelos usuários, em clara fraude ao incentivo criado pelo governo para a pandemia do vírus”. Na avaliação dele, trata-se de um “grave crime contra a saúde pública, vitimizando a cada dia mais pessoas, em especial jovens, que são mais sujeitos a experimentar e, consequentemente, desenvolver o vício pelas drogas”.
Já o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM), delegado Mario Souza, destacou que “é um esquema sofisticado que está sendo desarticulado, que inclui a busca por dinheiro do auxílio emergencial” e que “é o reflexo positivo da continuidade do trabalho investigativo da Polícia Civil, que sempre busca os maiores e mais importantes responsáveis pela criminalidade”.
Fonte: Correio do Povo
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