Meses após a maior calamidade climática que ocorreu no Rio Grande do Sul, a Emater/RS-Ascar segue trabalhando com os agricultores e agroindústrias familiares, para minimizar prejuízos e perdas e mitigar futuras crises climáticas.
Como as ações de recuperação no Estado serão permanentes, no momento a Emater/RS-Ascar reúne as equipes de todas as regiões para discutir e elaborar planejamentos referentes a questões climáticas, solos, estiagens e ações de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) para 2025, em consonância com as metas do Governo do Estado, através das secretarias de Desenvolvimento Rural (SDR) e da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
Nesta Semana do Extensionista Rural, em função do Dia Nacional da Extensão Rural, celebrado nesta sexta-feira (06/12), são destacadas algumas das ações extensionistas durante as enchentes que atingiram o estado no mês de maio.
APOIO QUE REANIMA
Em Charqueadas, a Emater/RS-Ascar, com apoio da organização sem fins lucrativos Fome de Tudo, visitou 24 famílias integrantes da Cooperativa dos Agricultores Familiares de Charqueadas (Coafchar), fortemente afetadas pelos eventos climáticos de maio. Foi avaliado como serão aplicados os insumos destinados à reconstrução de sistemas produtivos e histórias de vida. O projeto prevê a aquisição de adubo calcário, mudas e a implantação de um sistema de cultivo protegido para esse recomeço. A visita aconteceu no último dia 14 de novembro.
A Cooperativa possui contrato de vendas através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e, com as inundações, muitas famílias perderam suas produções, descumprindo o compromisso. “Ficamos muito abalados por não saber como recuperar, mas com muita ajuda da Emater, que esteve sempre nos acompanhando, estamos nos recuperando. Nossa terra ainda está sensibilizada, pois a água da chuva levou os nutrientes e o adubo do solo, mas então apareceu a ONG, que nos ofertou calcário e insumos”, celebra a produtora Sabrina Meireles, ao desabafar que a ajuda foi “uma injeção de ânimo”, uma vez que estava prestes a desistir e agora possui novos planos de plantio, dando continuidade à produção.
DO PARANÁ, CAIXAS DE ABELHAS
Apicultores gaúchos impactados pelas enchentes de maio deste ano estão recebendo caixas de abelhas, por meio de uma doação de um grupo de produtores rurais do Paraná. No primeiro lote (14/11), a Federação Apícola do Rio Grande do Sul (Fargs) recebeu 270 caixas, distribuídas a 69 apicultores de nove municípios gaúchos. As demais caixas estão em processo de seleção dos beneficiários.
Outras 300 caixas de abelhas estão sendo preparadas no Paraná com destino ao Rio Grande do Sul, para auxiliar outros produtores. Para viabilizar a doação, a Seapi colocou caminhões à disposição e está fazendo a logística de transporte de um Estado a outro. Já a Emater/RS-Ascar é parceira da Fargs para a identificação dos produtores rurais e apicultores a serem beneficiados com a doação das caixas.
O apicultor Renato Etgeton, de Lajeado, tinha 65 caixas com enxames de abelha, mas perdeu tudo com a enchente. “Eu consegui recuperar uma parte. Estou com 25 caixas de abelhas e hoje recebo mais quatro caixas, muito importante para voltar a produção”, enfatiza. Já o presidente da Fargs, David Emenegildo Vicenço, ressalta que “nossa meta é a reconstrução da Apicultura do Rio Grande do Sul. O trabalho é muito grande mas, com a ajuda de todos, vamos conseguir”.
RAÇÃO PARA BOVINOS
Os produtores de leite Alberto Zicato, Itamar Zicato e Alice Berghofe, do município de Ponte Preta, na região do Alto Uruguai, receberam a doação de ração para seus bovinos de leite. Eles foram atingidos pelas enchentes de maio e no último dia 12 de novembro receberam 79 sacos de 40 kg (3.160 kg) de rações, doadas pela Cooperativa dos Pequenos Agropecuaristas de Erval Grande (Cooperval). A extensionista da Emater/RS-Ascar em Ponte Preta, Laís Dalzotto, acompanhou a entrega.
Para Laís, o recebimento da doação de ração foi de fundamental importância, pois os produtores passaram por um período bastante crítico, onde não tinham alimento para dar aos seus animais, sendo que a bovinocultura de leite é a principal fonte de renda nas propriedades. “Todos se sentiram muito agradecidos e felizes pelo recebimento da doação, pois toda a ajuda sempre é bem-vinda. E a felicidade estampada no rosto de cada um após receber as doações, não há preço que pague”, diz, emocionada.
VOLTA POR CIMA
São Lourenço do Sul, Pelotas, Rio Grande e São José do Norte foram fortemente atingidos pelas chuvas torrenciais do mês de maio, bem como o município de Arroio Grande, pelo Canal São Gonçalo, que transbordou, afetando os moradores da Colônia de Pescadores Santa Isabel. Das 14.025 famílias impactadas na região de Pelotas, 3.459 são de pescadores artesanais de oito municípios da região. Também agricultores e pecuaristas familiares, assentados da Reforma Agrária, quilombolas e indígenas receberam, naquele momento, ações de Extensão Rural e Social com o objetivo de educação e promoção da saúde, evitando doenças de veiculação hídrica, como leptospirose, e acidentes com animais peçonhentos, além de orientações obre políticas públicas e direitos sociais, como Volta por Cima e PIX SOS.
Os assistidos da Emater/RS-Ascar foram sensibilizados e mobilizados pelos extensionistas para auxiliar em ações solidárias os atingidos, a partir da doação de alimentos, roupas e cobertores e de produtos de higiene e limpeza, acompanhados por mensagens positivas, bem como de livros e de material escolar e de agulhas e novelos de lã para atividades nos abrigos, como oficinas de autocuidado, tricô, crochê e costura, e de pintura para crianças e adultos, com doação de rações para os animais.
Em São Lourenço do Sul, agricultores familiares e pescadores artesanais atingidos pelas enchentes receberam doações vindas de Minas Gerais, arrecadas pelos extensionistas daquela instituição de Extensão Rural, com apoio da Asbraer. A Emater/MG enviou um caminhão baú no dia 19 de maio e uma carreta no dia 28 de maio, com doações de roupas, sapatos e cobertores, além de alimentos, mil litros de água, materiais de limpeza e de higiene pessoal. Após três dias de viagem, as doações foram distribuídas para agricultores familiares de cidades vizinhas e para empregados da Emater/RS-Ascar. O frete da segunda remessa de donativos foi oferecido pela empresa BC Agro. Também foram parceiros da Emater/MG na campanha de arrecadações para o Rio Grande do Sul a concessionária Triumph, o grupo Motociclistas do Bem e o Grupo Ápia.
UNIÃO DE FORÇAS
Extensionistas da Emater/RS-Ascar acompanharam a visita de um grupo de representantes da Associação dos Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (Apassul) a propriedades que receberam doações de sementes de milheto e de capim sudão, entre outras variedades, como forma de apoiar os agricultores na retomada e recuperação das lavouras e na reconstrução de suas atividades após as enchentes. No último dia 21 de novembro, as visitas foram para famílias de produtores de Roca Sales, Encantado e Muçum.
Até o momento, a Apassul distribuiu 35 toneladas de sementes nos vales do Taquari e Caí, beneficiando quase mil famílias de 25 municípios afetados pela tragédia climática. De acordo com o engenheiro agrônomo Julio Medeiros, que coordena o projeto local, uma campanha entre os associados levantou R$ 700 mil, sendo boa parte do valor utilizada na compra de feno para elaboração de pré-secado, e outra parte, empenhada na compra de sementes de forrageiras de verão.
Parceira da ação, a Emater/RS-Ascar se dedicou a identificar as famílias necessitadas, contribuindo nas entregas e no acompanhamento técnico, especialmente em um cenário em que o solo também ficou bastante prejudicado, com excesso de sedimentos e perda de nutrientes. “Claro que o cenário mudou muito”, comenta o agricultor Marcos Stapenhorst, da localidade de Linha 21 de Abril, em Roca Sales, apontando para uma região de várzea, em que o milheto doado teve dificuldade de brotar. “Na propriedade, o capim sudão teve ótima resposta, com mais de uma pastejo já feito pelos animais”, analisa o bovinocultor de leite, com hoje 15 vacas em lactação.
Resultado semelhante teve o agricultor Lauri Weirich, da localidade de Palmas, em Encantado. “Para os colonos é muito duro perder parte da produção e não ter muito o que fazer”, afirma, lembrando ter ficado, à época das enchentes, 14 dias sem luz. Além de bovinocultor de leite, a família de Lauri produz frangos, o que dá uma dimensão da importância do suporte. “É uma ajuda aqui, outra ali, e a gente vai se reerguendo”, analisa.
Para o gerente regional da Emater/RS-Ascar, Cristiano Laste, esta é só mais uma das inúmeras ações que a Instituição tem apoiado, não apenas desde as enchentes de maio deste ano, mas desde setembro do ano passado (2023). “Foi uma situação complicada, jamais vista, com muitas e variadas perdas de lavouras, de instalações, de equipamentos e de animais, e que exigiu uma resposta imediata nossa, mesmo em meio às dificuldades logísticas e de um contexto de alta complexidade”, pontua. “Com essa união de forças, organização e atenção temos procurado atender os produtores da melhor forma, buscando inclusive evitar o abandono da atividade frente ao desânimo”, conclui Laste.
Para a Apassul, a ideia é alcançar dois mil hectares de área plantada de variedades como aveia preta e azevém. Uma reunião envolvendo extensionistas da Emater/RS-Ascar, secretários da Agricultura, representantes da Embrapa e outras lideranças, com a intenção de discutir a iniciativa, será realizada no dia 09 de dezembro, em Encantado.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar
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