Novidade no RS, a Borrifação Residual Intradomiciliar é comum para conter a malária no norte do Brasil
Uma técnica inovadora reduziu 94,2% dos casos de dengue em Rondinha, no norte gaúcho. Trata-se da Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI), prática utilizada em estados do norte do Brasil para combater a malária.
Diferente da tradicional fumaça que dispersa inseticida no ambiente sem direcionamento, o BRI tem alvo definido. Funcionários passam o produto em paredes, rodapés, pilastras e locais estratégicos internos e externos das residências a 1,5 metro do chão, onde é mais comum que os mosquitos Aedes aegypti repousem.
Uma vez aplicado, o inseticida cria uma película que age durante quatro meses. Todo o processo de borrifação demora, em média, quatro minutos para ser concluído. Na fase inicial, o BRI foi aplicado em mais de 500 residências.
Rondinha foi escolhida para receber o inseticida depois que uma infestação colocou a cidade em alerta em 2022. Naquele ano, o município de cerca de 5 mil habitantes teve 600 notificações do mosquito transmissor, 346 casos confirmados e quatro mortes por dengue.
Para que a situação não se repetisse, o município participou de um projeto-piloto do governo do Estado, e passou a aplicar o BRI nas áreas mais afetadas. Após a primeira aplicação, no início de fevereiro de 2023, os moradores de Rondinha já perceberam uma redução visível na quantidade de mosquitos.
— Depois que fizeram essas borrifações diminuiu muito, viu? Na verdade, acho que fazem uns sete ou oito meses que vi mais nem falado em dengue aqui, está tudo mais tranquilo — disse Gilberto Guilardi, motorista das equipes de saúde de Rondinha, que pegou dengue duas vezes em 2022.
Depois da borrifação, Rondinha terminou 2023 com 20 casos confirmados de dengue, muito menos que o registrado na infestação do ano anterior. Mas, mesmo com a baixa quantidade de casos, o município optou por dar sequência ao projeto e manter as aplicações. O BRI, somado à conscientização da população para cuidar dos pontos com água parada, foi fator determinante para grande redução de casos.
— Durante o mês de dezembro de 2023, nós fizemos a aplicação do BRI. É um projeto que com certeza irá seguir neste ano (de 2024), e a gente pretende fazer em todas as residências que nós temos dentro do perímetro urbano de Rondinha — disse o secretário de saúde, Valter Bortoluzzi.
Com os resultados apresentados pelo BRI em Rondinha, a Secretaria de Saúde do RS disponibilizou a técnica para todos os municípios gaúchos. Segundo a pasta, todas as cidades que estiverem interessadas podem procurar a SES para iniciar o trabalho com a Borrifação Residual Intradomiciliar.
Fonte: GZH
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