O Rio Grande do Sul declarou, nesta quarta-feira (28), emergência em saúde pública de importância estadual (Espie) em razão da confirmação da circulação do vírus da febre amarela.
A portaria declarando a emergência foi assinada na tarde desta quarta pela secretária estadual de Saúde Arita Bergmann, em reunião virtual. No encontro também foi anunciada a criação do Centro de Operações em Emergência (COE) de Arboviroses (doenças transmitidas por mosquitos infectados, como a febre amarela, dengue, chikungunya e zika vírus) com a participação de representantes da Federação dos Municípios do RS (Famurs) e do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems).
Segundo o último informativo epidemiológico, referente ao período de 18 a 24 de abril, 23 municípios têm circulação do vírus confirmada. O grupo, considerado área vermelha, é formado por cidades onde foram encontrados primatas mortos, contaminados por mosquitos de áreas silvestres que transmitem o vírus da doença.
Outros 72 municípios, situados no entorno, são considerados de área amarela, com riscos de também virem a ter circulação do vírus. Até agora, a doença não foi detectada em humanos.
Conforme a secretária, “é necessário, neste momento, uma efetiva integração da rede de atenção à saúde com as Coordenadoria Regionais de Saúde (CRSs) e gestores municipais de saúde”.
“Além da preocupação com o coronavírus, que estamos enfrentando há mais de um ano, precisamos ficar atentos, evitando que outras epidemias cheguem ao Rio Grande do Sul”, diz Arita.
O informativo também registrou 3.014 casos confirmados de dengue, sendo 2.923 casos autóctones (originais daquela região) e cinco mortes, sendo duas em Santa Cruz do Sul, duas em Erechim e uma em Bom Retiro do Sul.
De chikungunya constam 878 casos em São Nicolau. Ijuí e Bento Gonçalves registram um caso cada.
O Rio Grande do Sul não registrava a presença do vírus causador da febre amarela desde 2009. Em janeiro de 2021, foi confirmado o caso de um bugio morto no município de Pinhal da Serra, próximo à divisa com Santa Catarina.
Já em abril, a Prefeitura de Porto Alegre confirmou a morte de outro bugio, também pela doença. Ele foi encontrado em um terreno localizado no bairro Lageado, no Extremo Sul da Capital.
No período de julho de 2020 a 26 de abril de 2021, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) registrou 266 casos de macacos mortos.
A vacina contra a febre amarela faz parte do calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e pode ser encontrada nas Unidades de Saúde da Atenção Primária. Para a secretaria de Saúde, a estratégia de vacinação contra a doença deve ser intensificada.
“Para elevar as coberturas em áreas vermelhas e amarelas, principalmente pessoas residentes em áreas rurais, silvestres e periurbanas, onde as atividades rurais e urbanas se misturam”, diz a chefe da divisão de Vigilância Epidemiológica, Tani Ranieri.
Tani explica que o calendário vacinal prevê a primeira dose aos nove meses de idade e um reforço aos quatro anos. A partir dos cinco até os 59 anos, a vacina é dose única. Desde 2018, todo estado é considerado área de vacinação contra a febre amarela.
A doença é definida como infecciosa febril aguda, que pode ser silvestre ou urbana. O vírus é transmitido por mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. Os casos que ocorrem no Brasil são silvestres, quando o vírus é transmitido por mosquitos que vivem em áreas de mata. Desde 1942, não existem casos de febre amarela urbana, transmitida pelo Aedes aegypti.
A secretaria publicou um manual no site com orientações sobre as arboviroses.
Fonte: G1 RS
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