Soja e milho: custo de produção em alta, mas desembolso exige menos sacas por hectare

Em coletiva de imprensa virtual realizada nesta segunda-feira, dia 17 de maio, a Feocagro/RS revelou a estimativa de custo de produção para as duas principais culturas de verão, o milho e a soja, para a safra 2021/2022. O presidente da entidade, Paulo Pires, ressaltou que os números mostram a boa viabilidade dessas culturas, uma vez que os preços pagos ao produtor devem manter-se em alta e este crescimento é maior do que incremento nos custos. “É um cenário extraordinário”, classifica.

O diretor técnico Tarcísio Minetto apresentou detalhes. Segundo ele, o aumento no custo de produção da soja deve ser de 31,78% no total, chegando a R$ 4.800,76/ha. Em relação à quantidade de desembolso que o produtor precisa para pagar esse custo, esse aumento foi de 29,98% (considerando os valores em dinheiro), chegando a R$ 3.098,25. Já em sacas por hectare, são necessárias 29,10 sacas para pagar o custo de 10 mil metros quadrados, representando uma redução de -22,53% neste índice.

Como desembolso, esse índice representa 18,78 sacas por hectare, -23,58% se considerada a média histórica, que fica em torno de 21 sacas por hectare. Esta é a melhor performance das últimas nove safras, segundo levantamento da Fecoagro/RS.

Em relação ao milho, o custo geral de implementação de um hectare em reais ficou na casa de R$ 6.625,43, um aumento de 31,60%. O custo de desembolso é de R$ 4.549,94, o que representa +27,36%. Em sacas, são necessárias 75,29 unidades para pagar o custo de um hectare (-35,70%); e o custo de desembolso fica em 51,70 sacas (-37,72). Foram avaliados os números das últimas dez temporadas.

Entre os principais fatores que influenciam estes dados está a variação cambial, que interfere diretamente no valor dos insumos, em especial os fertilizantes. O aumento do custo com combustíveis e máquinas também soma neste cenário. “Mesmo assim, hoje a capacidade de troca do produto agrícola por insumo é bem maior, se tornando uma prática mais vantajosa ao agricultor”, pontua o presidente Pires.

Setor suinícola torce para maior equilíbrio na oferta dos grãos

O presidente da Acsurs, Valdecir Folador, pontua que o aparente cenário positivo para produtores de milho e de soja deve seguir repercutindo de maneira latente para os pecuaristas, em função do encarecimento com o custo da alimentação dos planteis de suínos, aves e gado. 

– Nos resta torcer para que o clima seja favorável e a safrinha de milho do Centro-Oeste tenha uma boa produção, na tentativa de auxiliar nesta busca pelo equilíbrio do mercado. É um cenário totalmente diferente e que temos que nos adaptar – pondera.

Nesta quarta-feira, dia 19, a Acsurs e demais representantes do setor se reúnem com o governo do Estado do RS, para solicitar que alguns impostos sobre importação de milho que ainda incidem sejam zerados, como forma de auxiliar a cadeia produtiva de carnes. “Ainda bem que mês a mês temos exportado mais carne suína, porque infelizmente o mercado interno não suporta um repasse desse custo de produção – avalia.

Fonte: Gracieli Verde/Novo Rural