Brasil ainda convive com altos índices de analfabetismo funcional, aponta levantamento

Quase um terço da população brasileira entre 15 e 64 anos continua enfrentando dificuldades para compreender plenamente leitura, escrita e cálculos básicos. O dado é do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) 2024, que revela que 29% dos brasileiros estão nessa condição.

Embora saibam ler e escrever palavras simples, essas pessoas não conseguem interpretar textos, compreender informações cotidianas ou realizar operações matemáticas elementares. Entre elas, 7% são analfabetos absolutos e outros 22% possuem apenas domínio rudimentar.

O estudo também aponta desigualdades sociais e regionais: pretos e pardos representam 58% dos analfabetos funcionais, e o problema atinge principalmente famílias com renda de até dois salários mínimos. O Nordeste concentra os índices mais elevados.

A pandemia agravou o cenário entre os jovens de 15 a 29 anos, cuja taxa subiu de 14% em 2018 para 16% em 2024. Mesmo com a queda do analfabetismo absoluto para 5,3% da população, ainda há 9,1 milhões de brasileiros que não conseguem ler nem frases simples.

Especialistas defendem maior investimento em políticas públicas, formação de professores e programas voltados à Educação de Jovens e Adultos (EJA). Para eles, superar o analfabetismo funcional é essencial para reduzir desigualdades, ampliar oportunidades e fortalecer a cidadania.