Falta de internet ainda afeta 8 milhões de alunos da rede pública no Brasil

Enquanto cresce o debate sobre o uso da inteligência artificial nas escolas, cerca de 8 milhões de estudantes da rede pública brasileira ainda não têm acesso à internet para fins pedagógicos. Dados do Censo Escolar de 2024, referentes a 2023, mostram que 33,6% das 137,8 mil escolas públicas não utilizam a rede no aprendizado, e 10% sequer têm conexão, impactando diretamente 1 milhão de crianças e adolescentes.

Além da ausência total de acesso, 18 mil escolas ainda dependem de conexões lentas, e 2,1 mil sequer contam com energia elétrica, impossibilitando o uso de tecnologia. A desigualdade é maior na Amazônia Legal, com Acre, Amazonas e Roraima entre os estados com mais escolas sem internet para fins pedagógicos, com índices acima de 66%. Um exemplo é a escola estadual Raimunda Aneli, em Rio Branco (AC), isolada por mais de 100 km de estrada e sem energia elétrica ou banda larga.

A pesquisa TIC Educação 2024, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, aponta que 43% das escolas públicas não oferecem equipamentos para uso da internet e que pouco mais da metade dos professores recebeu formação recente para integrar tecnologia ao ensino.

Apesar dos desafios, houve avanços: 90% da rede pública está conectada de alguma forma. O governo federal aposta na Estratégia Nacional de Escolas Conectadas, com previsão de investimento de R$ 6,5 bilhões até 2026 para universalizar o acesso à banda larga.