RS: um ano após enchente, quase 20 mil pessoas ainda aguardam por uma nova moradia

Mais de 15 meses depois da enchente que devastou o Rio Grande do Sul, em maio de 2024, milhares de famílias seguem sem um lar definitivo. Dados levantados junto à Secretaria para Apoio à Reconstrução do Estado, à Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária (Sehab) e à Caixa mostram que 19,4 mil pessoas ainda aguardam atendimento em programas habitacionais, enquanto apenas 5,7 mil já foram contempladas — cerca de 23% da demanda.

O caso de Marisa da Silva Santos, 60 anos, e de sua filha, Priscila Aparecida Oliveira da Silva, 40, exemplifica a realidade de muitos. Moradoras da região das Ilhas, em Porto Alegre, elas perderam suas casas durante a enchente. Enquanto Priscila já recebeu a chave de um novo imóvel e se prepara para mudar, Marisa segue sem moradia própria, dependendo da ajuda de terceiros e mudando de endereço com frequência.

Entre os motivos para a demora na entrega das novas unidades, União e Estado apontam a necessidade de revisão de cadastros para evitar fraudes, além de dificuldades legais e logísticas para encontrar terrenos ou residências adequadas.

Até agora, todos os reassentamentos realizados no Estado ocorreram por meio do programa federal Compra Assistida, que permite a aquisição de imóveis já prontos, de até R$ 200 mil, para famílias de baixa renda. A Sehab também prevê a entrega de 2,8 mil unidades pelo programa A Casa é Sua — Calamidade, com obras em diferentes estágios em municípios como Nova Bréscia (25 casas) e Salvador do Sul (28). Já a Caixa informou que 44 empreendimentos foram contratados em solo gaúcho, somando cerca de 11 mil unidades, das quais 30% estão em construção.