Universitários do RS vão estudar buracos negros em telescópio gigante no deserto do Atacama

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, teve projeto aprovado para estudar galáxias e buracos negros em um dos maiores telescópios do mundo, no deserto do Atacama, no Chile.

Os estudantes do Grupo de Astrofísica da UFSM foram selecionados para o 12º ciclo de observações no observatório Alma (Atacama Large Millimeter/Submillimeter Array), que vai até o final de setembro. O projeto, chamado BAH — sigla para “Blowing star formation away in active galactic nuclei hosts” e homenagem a uma expressão popular gaúcha — analisa cinco galáxias localizadas entre 212 e 711 milhões de anos-luz da Terra: NGC 5695, NGC 3884, NGC 1048A, UGC 8782 e CGCG 012-070.

O objetivo é mapear a radiação emitida por nuvens de gases frios na região interna de galáxias ativas, permitindo estudar onde estrelas estão se formando e entender o comportamento do gás em diferentes ambientes do Universo. O projeto terá 7,5 horas de observação pelo Alma.

Localizado a aproximadamente 5 mil metros de altitude na Cordilheira dos Andes, o observatório Alma é considerado o mais caro telescópio terrestre do mundo, com custo de produção de cerca de US$ 1,4 bilhão, envolvendo 21 países. O radiotelescópio combina sinais de antenas de até 12 metros de diâmetro para captar imagens detalhadas do cosmos.