Cientistas registram pela primeira vez o rompimento de uma placa tectônica sob o oceano

Pela primeira vez na história, cientistas registraram uma placa tectônica se partindo ativamente sob o oceano, na costa da Ilha de Vancouver, no Canadá. O fenômeno, descrito em um estudo publicado na revista Science Advances, marca o início do fim de uma zona de subducção, onde uma placa mergulha sob outra e dá origem a vulcões e terremotos.

As imagens sísmicas inéditas revelam que as placas Juan de Fuca e Explorer estão se fragmentando sob a placa norte-americana, na região de Cascadia, no Pacífico Norte. O rompimento está ocorrendo em uma junção tripla, ponto onde três placas tectônicas se encontram e os movimentos se tornam mais instáveis.

De acordo com os pesquisadores, a microplaca Explorer — remanescente da antiga placa de Farallon — está se desprendendo da litosfera, o que indica que a subducção na região pode estar chegando ao fim. O local deve se transformar, ao longo de milhões de anos, em uma falha transformante, semelhante à da Califórnia.

O estudo utilizou o método de reflexão sísmica, enviando ondas sonoras do navio de pesquisa Marcus G. Langseth para mapear o subsolo marinho. As imagens revelaram falhas e fraturas com dezenas de quilômetros de extensão, evidenciando que o processo de ruptura já ocorre há cerca de 4 milhões de anos.